Em Portugal não precisamos de remontar a muitas gerações atrás para sabermos de casos dos nossos avós ou amigos dos nossos avós para quem estudar era mesmo um privilégio. As famílias tinham poucos recursos, vivendo a maioria da agricultura, e era muito comum as crianças destas famílias irem até à escola de estômago vazio.
Aqui em Moçambique ainda se passa algo semelhante...
Às vezes damos por nós a observar e a sermos surpreendidas pela resistência do povo Moçambicano... Debaixo de um calor abrasador (que a nós de pele clara nos deixa logo "rosadinhas", ou com "tez indiana" no caso da Mariana, e a verter água por todos os poros) cá estão eles a fazer esforços físicos enormes, a percorrer longas distâncias... mas já será bom se pudessem pelo menos ter uma refeição por dia! E assim aguentam os longos dias africanos quando nós certamente cairíamos para o lado...
Também assim é com as crianças, e com as crianças apoiadas pela SOPRO, crianças estas das famílias mais carenciadas... Quando toca para o intervalo elas correm sorridentes até à cantina para lhes ser distribuído o lanche escolar (são 15h15 da tarde mas para muitas esta será a primeira refeição do dia!).
Este lanche escolar (um pão e uma peça de fruta) é um complemento muito importante dado pela SOPRO a todas as crianças que estudam até à 6ª classe. Quem consegue estudar, a bom estudar, de barriga vazia?
Os sorrisos destas crianças maravilhosas dizem tudo...
é verdade! nem damos valor à facilidade que temos hoje em dia em ir à escola, e os problemas que ouvimos são relativos à obesidade infantil, ao acesso das crianças a doces nas escolas. e depois temos esta realidade que nos esquecemos.
ResponderEliminarÉ cliché dizer que passamos a vida a reclamar de tanto, quando temos quase tudo e quando há pessoas que quase nada têm...
EliminarNós somos de facto privilegiados porque temos acesso a muita coisa, com oferta, competitividade e qualidade que aqui é muitas vezes vedada... coisas tão simples que não somos capazes de ver debaixo dos nossos próprios olhos...